6 de novembro de 2017

Não é porque encaixa que serve.

Olá meus amigos!

Duas situações muito frequentes quando se fala em adaptações de peças na moto são os argumentos extremamente contra e os extremamente a favor.

Por um lado, temos pessoas que não aceitam qualquer peça que não seja a original, por mais cara e rara que seja, ou até mesmo,  exatamente a mesma fornecida para a moto peças, por outro, aqueles que consideram absolutamente tudo compatível, até mesmo o bizarro.

Um exemplo que ouvi certa vez foi sobre um amortecedor que tinha o mesmo comprimento e encaixe do original, mas era destinado a outro tipo de motocicleta e funcionava diferente.

Outro exemplo, foi envolvendo bobinas, que devido à resistência diferente, causavam alertas no sistema de Injeção Eletrônica.

Em ambos os casos, as peças encaixavam perfeitamente, com pouca ou nenhuma adaptação.

Meu ponto de vista é que uma peça só pode ser considerada equivalente quando cumpre a função da outra da mesma forma ou melhor, ou se inferior, tenha uma diferença aceitável e que não te exponha a riscos, portanto, é melhor ter de fazer alguma adaptação para uma peça com as mesmas características da a original, que ter uma de características diferentes que basta encaixar e usar.



No caso da bobina, por exemplo, temos não só os conectores e tamanho para considerar, mas também a resistência elétrica e o próprio funcionamento da peça.

Trocar um conector, mudar o suporte ou criar um adaptador, é a menor das dificuldades.

O mesmo se aplica a retificador/regulador e tantas outras peças.

Recentemente, buscando informações para uma adaptação que queria fazer, me deparei com uma lista da Servitec com a resistência de diversas bobinas.

De acordo com esta lista, temos algumas bobinas mais próximas das especificações da Mirage 250 EFI primeira versão, que tem no primário 3,5 a 5,5 Ohms e secundário mais terminal de 20 a 31 K Ohms.


Uma destas bobinas próximas, é a da Burgman 400, com primário de 3Ω a 5Ω e secundário de 17KΩ a 30KΩ ou da SUZUKI TL1000, que tem o primário de 3 a 5 Ohms e secundário de 20 a 28 KOhms.(Lembrando que os 0,5 Ohms podem fazer diferença na leitura da ECU). 

Vale lembrar que assim como na Mirage, que descende de Suzuki até na documentação, a resistência do secundário da Burgman também é obtida considerando o terminal, assim como no caso da TL1000.

MotoPrimário Secundário
KASINSKI GV 250 S&T Daewoo 3.5Ω a 5.5Ω 20KΩ a 31KΩ
SUZUKI BURGMAN 400 3Ω a 5Ω 17KΩ a 30KΩ
SUZUKI TL1000 3Ω a 5Ω 20KΩ a 28KΩ

Existem outros casos que se aproximam da resistência original da motocicleta, mas para não estender demais, citarei apenas estes.

Quando falamos da versão Delphi, temos outros valores a considerar e caso queira adaptar uma bobina diferente, sugiro que observe esses valores que podem ser obtidos no manual de serviços.

Outro item que vejo muitas adaptações são faróis, item que eu mesmo aprendi com os erros.

Um exemplo bem comum é o sujeito que utiliza o farol de uma moto que originalmente possui lâmpada de 35W em outra que utiliza 55/60W, o que pode causar problemas no conjunto por conta da temperatura. Pior ainda quando simplesmente trocam a lâmpada por uma mais forte, colocando quase o dobro de corrente sobre a fiação, conectores e comandos.

O erro que cometi, foi usar um conjunto destinado a farol de milha. No início, considerei o ganho de alcance e claridade muito interessante, porém, só me dei conta que havia perdido iluminação para os lados quando precisei fazer um retorno em uma via completamente escura.

Encaixou perfeitamente, mas não serviu.

Abraço


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