17 de outubro de 2013

O roubo da Hornet e o mimimi rotineiro dos pseudo intelectuais.

Uma das coisas que não pretendia abordar aqui é política, outra é minha vida, mas não terá jeito.

Esse fim de semana rolou um vídeo de um ladrão de moto que se deu mal.

Mesmo sabendo que o ladrão se daria mal, fiquei muito nervoso na parte onde o sujeito desce da moto enfiando a arma na cara do cidadão. Não tem jeito, você se coloca no lugar dele.
Enfim, todo mundo viu, gerou polêmica e como de costume apareceu os típicos "esquerdinhas" paga pau de ladrão pra colocar o agressor no papel de vítima da sociedade.

Cheguei a ler um texto (mal escrito pra caralho por sinal) todo meloso, que colocava o ladrão agindo sozinho e por impulso, como se fosse um sofredor revoltado com sua condição social, como se não pudesse fazer nada para mudá-la, uma pobre vítima das circunstâncias.

Pois é esse texto mostra bem como o ladrão é fantasiado de vítima nestes discursos, como os fatos são distorcidos.

Além do tradicional apelo ao coitadismo, o autor não levou em conta diversos fatores, tais como:

* Existe uma puta duma máfia de roubo de motos. Se alguém tem duvida, vá a até a região da General Osório:
- Peça irmão? É peça irmão?
E esse é só um exemplo do destino que uma moto roubada tem.
Nessas caixas podem estar não apenas peças, carnês, horas extras, mas vidas, viúvas, órfãos, mães enterrando filhos...
* Ladrão de moto não age por impulso, ele sabe o que e pra onde está levando.

* O sujeito portava uma arma de fogo, não uma faca, como ilustrado na historinha do "Diego Sucrilheiro".
* O sujeito não agiu sozinho.

* O sujeito tinha tanta certeza da impunidade, que nem mesmo se preocupou em esconder a cara. Nenhum dos dois. Aliás, será que o negócio não era exatamente esse? Aparecer para os demais? O autor do texto falacioso não sabe que na quebrada dele, o ladrão ostenta o que faz? Que levar uma Hornet de um playboy dá moral pro ladrão? Que é motivo de ostentação? Talvez ele não conheça a coisa de perto. Ou talvez ignore os fatos.

* Era o policial em desvantagem naquela situação, sozinho contra dois marginais com armas de fogo. Não houve uma execução. O ladrão nem mesmo morreu.

Mas o fino da bosta vem agora:

No textinho apelativo, o ladrão é pintado como uma pessoa de vida sofrida, enquanto o dono da moto é pintado como um sujeito que teve uma vida legal. Ressaltando a diferença social como se fosse esse o motivo do crime.
Pra começar, não é bem assim que a coisa funciona, não é pelo fato de uma pessoa ter uma moto, mesmo que cara, que ela veio fácil. Eu mesmo fiz muitas horas extras e guardei dinheiro durante anos pra dar entrada na minha e só terminarei de pagar alguns meses após o apocalipse. E olha que nem é grande coisa. Mas a minha ainda é a história feliz, pois muita gente amarga dívidas de motos que foram roubadas, provavelmente você conhece um caso assim. Provavelmente a história do sujeito do vídeo não se tornou essa por pouco.

Mas vamos supor que sim, que o sujeito conseguiu fácil aquela moto. Que ganhou do pai. E daí?

Justifica enfiar uma arma na cara dele?

E se ele hesitasse ao entregar o bem, justificaria o tiro?

O fato de umas pessoas terem mais bens, facilidades e conforto dá direito ao que tem menos roubar?

E de matar?

Existe uma filosofia neste país, muito difundida pelo pessoal que levanta bandeirinha vermelha, repete meia dúzia de merda que nem mesmo sabe o que é, não faz nada para ajudar a sociedade e ainda acha que entende alguma coisa da vida, gente tão hipócrita quanto cristão que não pratica o amor ao próximo, gente com uma filosofia "anti qualquer um que tenha alguma coisa", como se fosse pecado conquistar algo, como se o correto fosse ser um fracassado invejoso.

O legal é odiar a classe média, né não marilena?

  Não tenho confirmação deste valor, mas essa galera que critica tanto a classe média não é nem de longe pobre.

Mesmo que seja preciso criar um espantalho para malhar.

Quando eu era moleque, também tinha um certo preconceito contra pessoas "bem de vida", achava que algum trambique aquelas pessoas haviam feito, eu só conhecia a minha versão das coisas, do moleque pobre de família problemática, largado, que fazia o trabalho escolar dos outros na escola pública em troca de material didático, mas peraí, eu não me tornei ladrão, deve haver algo errado comigo então. E ainda assisti alguns conhecidos em situação melhor que a minha puxando cana cedo. Que coisa, não?

Passou o tempo e comecei a conviver com pessoas diferentes e ver que as coisas não caíram do céu pra elas, que algumas tinham dois empregos, comecei a ver pessoas que estudaram comigo se dando bem na vida, conheci imigrantes que chegaram aqui com a roupa do corpo e venceram.

Sim, eu já fui um fracassado cheio de desculpas no bolso para justificar minha derrota. Hoje sou muito mais do que esperava ser e não sou 10% do que gostaria, mas tenho culhão pra admitir meus próprios erros e buscar mudança.

É isso que diferencia homens de moleques.

Essa política coitadística só trás benefício pro governo, que usa de uma ideologia arcaica, pregando a igualdade, mas se colocando como elite. Assim fica fácil né campeão!

Se você é um dos que concordam com a Dona Marilena, com o Quinteiro, ou qualquer um desinformado (ou não) desses que estufam o peito pra falar merda, faz um favor pra nós dois:


Some deste blog.


O autor destas palavras não gosta de vermelho nem pra se vestir.

Não sei se a frase é dele mesmo, mas com certeza é uma boa frase.
Não é a pobreza que faz um ladrão, pois pobre acorda cedo e pega no batente, ele sabe que precisa trabalhar para conquistar algo. É mais fácil nascer um ladrão de um menino mimado que de um menino que aprendeu desde cedo que precisa correr atrás dos seus sonhos.

O discurso "vitimizador" dessas pessoas é uma ofensa aos pobres que batalham e buscam crescimento pessoal, tanto quando é uma ofensa a aqueles que estendem a mão aos necessitados, independente de credo, posicionamento político, orientação, ou qualquer outra coisa.

A pobreza não faz ladrões, pode contribuir sim, mas por si só não faz, caso contrário só existiriam criminosos de origem pobre e quanto mais miserável, mais cruel seria.


Não é uma questão de classe social, é uma questão de caráter e educação, daquela que vem dos pais, mas principalmente de caráter. 

O resto é DESCULPA.

2 comentários:

  1. Disse bem, Leão.
    Disse muito bem.
    Um abraço,
    Jeff

    ResponderExcluir
  2. Tomei conhecimento deste post através de um post lá no Old Dog. Cara gostei muito do que li aqui e concordo. também tenho história parecida...nem por isso virei "mano". Estudei fui trabalhar ir a luta..

    Ladrão hoje não rouba porque tá passando fome. Rouba porque quer o Nike "da hora", quer roupinhas "muito loucas" as camisas de "surfi".... quer ostentar e pagar de bonzão pra "comunidade"! vão se foder raça de merda!

    Também concordo com o lance Vermelho....pra mim é um bando de intelectualoides classe média alta que ficam glamourizando a pobreza o bandido,,,na maioria das vezes nem sabe o que é uma periferia...mas isso é conversa para horas e horas....
    Parabéns pelo texto

    ResponderExcluir

Fique à vontade para comentar, sugerir ou criticar.
Mimimis e comentários cretinos ficarão bem quentinhos lá no "céu do inferno".